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CEU CARRÃO – A Herança catastrófica que parece não ter fim!

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O Tatuapé é um dos bairros mais privilegiados de São Paulo por diversos fatores e um deles era contar com 3 Parques Públicos: O Ceret, O Parque do Piqueri e o Municipal do Tatuapé, mais conhecido por Sampaio Moreira, ao lado do Metrô Carrão. Este último entre os 3, sempre foi o menos favorecido em termos de conservação e reestruturação. Quem mora no bairro há muito tempo sabe sobre o que estamos falando. Em 2014, fomos ao Sampaio Moreira e filmamos o estado deplorável e de total abandono, que o Parque se encontrava (Ver Vídeo abaixo). Mato alto, e o que não estava quebrado estava vandalizado, com iluminação precária, entre outros problemas, mas mesmo com tudo isso ainda era um local utilizado pelos moradores para suas caminhadas e passeios.

Foi então que o prefeito Haddad teve a ideia de transformar o Parque em um CEU, um espaço que reuniria cultura, lazer e esporte juntos a uma proposta educacional característica dos projetos do CEU. O anúncio do projeto dividiu opiniões entre os moradores. Alguns acharam uma boa ideia, afinal o parque iria passar por uma reestruturação e consequentemente seria melhor preservado, outros achavam que não era necessário a implantação do CEU, mas sim a revitalização do espaço.

Assim, o projeto foi anunciado com toda a pompa, com início para março de 2015 e é claro, atrasou! O novo início foi marcado para 07.12.2015 e término em 05.12.2016 ao custo de R$43.187.946,23 (isso mesmo, quase 44 milhões de reais).

A Obra começou, com a derrubada dos muros no entorno, isolaram uma área do parque onde seriam construídos os novos prédios, destruíram todas as piscinas, arrancaram árvores centenárias, que tinham como promessa serem replantadas junto com mais 180 novas árvores, tudo muito rápido. Em meados de abril já foi possível verificar que a obra já não andava no mesmo ritmo, a movimentação de trabalhadores e máquinas começou a ficar cada vez menor. A coisa foi se arrastando, arrastando, até que no mês de Dezembro de 2016, o Parque foi simplesmente fechado e as obras definitivamente paradas.

A Obra do CEU foi orçada em R$43.187.946,23 e tinha o prazo de conclusão para 07.12.2016 e nem 16% foi realizado pela então gestão do Prefeito Fernando Haddad

A revolta foi geral, a explicação de pessoas que trabalhavam no interno, era que não havia dinheiro para finalizar a obra, que havia acontecido um problema com a empresa ganhadora da licitação, fora que os contratos com a segurança e funcionários terceirizados, haviam sido cancelados.

Com a troca de gestão na prefeitura de São Paulo e diversos protestos e apelos dos moradores, chegou-se a um acordo e o parque reabriu parcialmente no dia 03 de dezembro 2017 (após 1 ano fechado), cercado de Tapumes isolando a parte da obra inacabada.

Depois da abertura, a grande dúvida era em relação ao retorno das Obras do CEU. Havia uma grande preocupação com a deterioração do espaço, assim como as piscinas que haviam sido destruídas para reforma, mas se encontravam apenas como um grande espaço de entulho e formação de locais com água parada.

No Final de 2018, as obras foram retomadas. Quem utiliza o metrô Carrão já podia visualizar que as piscinas estavam em fase final de reforma. Aquele visual pós guerra, já dava lugar ao que foi idealizado no projeto original.

Por um tempo, a área da construção dos novos prédios, que vão dar espaço ao CEU, foi possível verificar a movimentação de homens e máquinas trabalhando no Local.

Segundo informações de alguns funcionários (Não é Oficial), a obra deveria ser finalizada e entregue no final de 2020 (Basicamente 4 anos após o anúncio da Data Inicial), mas parece que parou novamente ou está em um ritmo, muito, mas muito lento. Já não se vê a mesma movimentação de homens e caminhões e ao que tudo indica a obra não vai ser entregue nem perto da data prevista.

No dia 10 de Abril de 2019, uma equipe da TV Record esteve no local fazendo uma reportagem sobre a obra e conversando com moradores mas de lá para cá, pouca coisa mudou.

No dia 10.01.2020 a gente fez uma visita ao parque e o sentimento nem foi mais de raiva mas sim de dó. Um sábado de calor, sol, em plena férias e só tinha a gente no parque, nós do Viva e o segurança.


Vídeo gravado em Fevereiro de 2014

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