Quanto mais muros, mais segurança? Será?
Qual será a relação entre a epidemia de furtos nos cemitérios paulistanos e seus muros altos ao redor? Simples: não há chance de quem está na rua poder ver algum movimento estranho que aconteça atrás do muro. O meliante tem a paz celestial para ficar carregando bustos ou esculturas, bem escondido.
O exemplo oposto é o da transformação do Parque Ceret. Com 286 000 metros quadrados (mais que o dobro da área do Parque do Povo, no Itaim), ele era cercado por um alto muro, deixando as calçadas ao redor com aquela sensação de insegurança que os lugares ermos produzem, e o parque ficava incógnito.
Até que, em 2014, a Porte, fez uma proposta à prefeitura. Se os altos muros fossem demolidos, a empresa patrocinaria a colocação de gradil em todo o perímetro do parque. A negociação até que foi rápida para os ritmos da burocracia municipal — e em menos de um ano, em 2015, o parque já estava visível a quem olhasse de fora, deixando o bairro mais verde e seguro.
Foi um investimento ganha-ganha para os dois lados. Ao colocar 800 metros de grades, a um custo corrigido de 700 000 reais (com projeto e mão de obra), a Porte valorizou o bairro onde lança seus empreendimentos (e marketing positivo nunca dói). A visitação do lugar disparou: de uma média de 7 500 pessoas por dia nos sábados e domingos, foi para 15 000.
E não tem como negar, que viu a Eleonora Cintra antes e depois da queda do muro visualizou uma mudança urbanística sensacional. A Rua que antes era um tanto quanto perigosa para caminhadas, ganhou vida, gerando um impacto visual incrível
Fonte
https://vejasp.abril.com.br/blog/sao-paulo-nas-alturas/sp-sonha-parque-ceret-tatuape/
Autor: Raul Juste Lores